quarta-feira

Não é veridico. Cartas.

Ele: Acho que nunca chegaste a perceber o meu mundo, a maneira como vejo e reconheço o valor das coisas, mesmo as mais pequenas. Não conseguiste lidar comigo. E eu sinceramente tentava, mas era cada vez mais difícil mostrar-te o lugar perfeito onde eu e tu iriamos viver juntos, nunca estavas de acordo comigo, e pensavas que eu simplesmente me ria da tua cara com todas essas conversas. Mas não. Desde que tu apareceste e fizeste a minha pequena vivência, numa vontade incontrolável de te amar sem pensar em mais nada, que deixei de pensar só em mim, e passei a concentrar-me mais no que realmente me começou a importar - tu. Eu sei que é nestas palavras que tu não acreditas. Peço-te desculpa então por nunca ter conseguido que acreditasses. Mas sim, eu amei-te e nunca foi pouco.

Ela: Quero começar por te dizer que leio todas as tuas cartas, e quero responder-te especialmente a esta porque o mundo está cheio de pessoas sem carácter, e eu não quero que me acuses de ser uma delas. É aqui que entre nós surge uma pequena diferença. Não falo de uma diferença de humores, ou de uma diferença de cor de cabelo, mas sim na personalidade que cada um de nós transmove. Dou-te certezas que nisso eu não me comparo contigo, as comparações são actos que não se devem de se fazer, cada pessoa é como é, algumas com certas parecenças, mas eu e tu não somos de todo um caso assim. Desde o primeiro dia que eu te digo que o que nos une é simplesmente o amor que temos um pelo outro. Acredito sim que o meu amor por ti, tenha sido um pequeno erro – visto agora que já não me encontro na situação -, sentindo-me culpada por todas as vezes que podia fugir e não tentava sequer. O meu coração sempre foi mais forte que as minhas forças. Puxava-me sempre nas alturas que eu pensava em abandonar-te. Naquelas alturas críticas, onde já não éramos nós, mas sim tu e eu, quando tudo deixou de fazer sentido, e eu era a única a transportar todas as falhas. Porque tu, tu para mim falhaste em todos os pontos do amor, se é que podemos chamar-lhe isso. Eras fraco de mente e fraco de coração. Passava-te sempre ao lado as vezes em que te chamava para me olhares nos olhos e subires às estrelas comigo. Passava-te ao lado todas as vezes em que te estendia a mão para auxilio de algum problema teu. Tenho pena. E juro que não vou chamar-te “falhado”, eu sei que seria descer baixo demais, iria descer mais baixo do que tu descente na minha consideração. Porque estaria a ser infantil, ao faze-lo. Já não sou do tempo em que nos “atacamos” com nomes um ao outro – mas já tu, creio que me conseguiste convencer que és exactamente o contrário de mim – à primeira oportunidade dizes-me o que queres e o que não queres. E se o tempo que eu te tive em mãos foi pouco para tu me dizeres que não te conheci, então meu querido, não quero mesmo alargar esse tempo. Por mim, o fio partiu-se à muito tempo.


terça-feira

Vou seguir e tentar ser feliz noutro caminho

Cartas Perdidas 2

Espero que a minha presença te fique sempre na memória.


O esforço que eu fiz por nós foi demasiado grande para agora me causar uma dor ainda maior, uma dor incógnita, não sei de onde vem, como vem, porque vem. Sei apenas que está aqui comigo, ao mesmo tempo que as pontas dos meus dedos assentam nas teclas do meu computador - estas que estão gastas, de tanta escrita, de tantos desabafos, e até de me secar lágrimas -. Esta dor atormenta-me. Se te pedir ajuda penso que não me vais conseguir ajudar, o problema está comigo. E só eu o conseguirei resolver. Precisava apenas da tua presença, mas de te sentir constantemente do meu lado. Sentir que estás, e que vais ficar. São pequenas coisas que já não sinto. Pequenos sentimentos que me cheiram a "mais do que perfeitos" e como sempre houvi dizer "bem me parecia que estava tudo a correr perfeito demias", pronuncio esta frase tantas vezes, mais do que aquelas que caiu por nossa causa. Não sei como ainda não profurei o chão onde caiu deitada quando os músculos das minhas pernas não conseguem aguentar o peso que vai dentro da minha cabeça. Ainda que muitas das vezes me tento levantar sozinha, mas falta-me sempre aquela mão. A tua. Não sei. Talvez. Agora vejo(-nos) como um elevador, sobe e desce, e é sempre diferente os pisos onde pára. Embora muitas das vezes repita. É como nós. Temos momentos tão diferentes, mas os maus, repetem-se sempre. É inevitavel. Quero que me ouças agora, neste tom tão baixo que vou utilizar para que me entendas: agradeco-te por nunca teres saido da minha vida, mesmo que as vezes em que a tua vontade seja essa, se repita. Eu amo-te muito, amor.

quarta-feira

Adorava escolher o meu futuro.


Quem me dera poder escolher o meu destino daqui para a frente, e acredita que nada se mantinha. Mudaria tudo, menos tu. Tu serias a única peça do puzzle da minha vida que ficaria na mesma posição, continuarias a amar-me e eu a ti, como duas crianças quando encontram o seu primeiro brinquedo. É assim, o nosso amor, verdadeiro e motivador. Tenho pena, mesmo pena, de não poder adivinhar o futuro e pedir ao além que te traga sempre de encontro ao meu caminho, que te ajude sempre a superar todas as fases menos boas, continuando-te a dar sobretudo esse simples sorriso – mas diferente e puro – nas alturas em que o teu coração se quiser exprimir de maneira diferente, dizem que o sorriso cura muitos males. Acredito que sim, quando me fazes sorrir eu sinto-me bem mais aliviada do que horas antes. Não duvido que o meu futuro que se tiver de ser ao teu lado será, mas por outro lado temo-o. Questiono-me se me irás continuar a querer, ou se os ventos que hoje sopram de ti para mim, vão soprar noutra direcção. Se tal acontecer, aviso-te que do meu coração nunca te irás livrar. Ele persegue-te quer queiras ou não. Vê-te mesmo às escuras. Procura o teu cheiro no meio dos meus lençóis, e reconforta-se com as gotas do teu perfume. Se houver outro alguém na tua vida, daqui a uns bons tempos – espero eu, continuar a alimentar-te de amor ainda durante bons anos – quero que saibas que nunca irei ter duvidas em relação à pessoa que ela vai ter em mãos, tu não só consegues realizar sonhos, como também sabes trazer a felicidade.

segunda-feira

Um grande amor



Ele:
"Quero que o nosso amor seja interno e que a minha vida seja completamente a dois contigo, és a melhor pessoa que alguma vez conheci. Sem qualquer tipo de dúvida. Agora podem-me perguntar se sou realmente feliz sem medos, eu irei responder com todas as certezas que sim, e é a ti que devo isso. Esta é só mais uma prova no meio de muitas da maravilhosa pessoa que és. Não gostava que tivesses isto ou aquilo, nem que vestisses isto ou aquilo, amo-te exactamente como tu és, pela perfeita pessoa que não questiono que sejas."

sexta-feira

Sinto que o teu amor por mim fraquejou.


quarta-feira

Ainda está na nossa hora

Deixou de haver tempo para tristezas, ou desilusões, para o passado incerto, ou para os impulsos vindos de um alguém.. Apartir de agora o nosso tempo é dedicado ao mundo que nos abriu portas, à vida lá fora, ao tempo que é só nosso. Apartir de agora vamos fechar os olhos e sair daqui, por uns minutos, eu e tu, tu e eu.

Estica a tua mão pelas estrelas


Um segredo dela,

Quero contar-te um segredo, um segredo daqueles apetitosos e que até me deixa a mim ansiosa por to desvendar. Mas primeiro que tudo quero perguntar-te se ainda acreditas nas estrelas?! Creio que a tua resposta seja um sim redondo e bolachudo, recheado daqueles beijinhos que me dás a qualquer hora do dia. Agora sim, vou directa ao assunto que me leva hoje a escrever-te. Todas as noites tenho olhado as estrelas. Abro a minha janela, e olho em direcção delas. É fresca a brisa que me levanta os cabelos dos ombros todas estas noites, parece-me a mim que cada vez gosto mais de estar sozinha a apreciar coisas tão boas como esta. E tu, onde será que estás cada vez que eu tento trazer-te pelas estrelas para perto de mim? Será que também fazes o mesmo, pelo menos uma vez? Respostas eu não as tenho, mas esperanças tenho muitas, esperanças que me tentes também puxar à medida que o vento corre para o teu lado, enquanto gritas o meu nome em noites de lua cheia. Dizem que são noites de sorte. E eu gostava de pelo menos ouvir-te de longe uma vez, só para te tomar o gosto enquanto não te posso ter fisicamente. De todos os meus segredos suponho que este seja dos melhores... Daqueles que nem eu, nem tu dispensamos. Acredita que te vejo como uma estrela, enquanto que tu me vês a brilhar para ti. Tu és a estrela, eu tenho o brilho, completamo-nos, não achas? Sinceramente nunca fui muito de acreditar em astros e de depositar neles alguma força de vontade perante as coisas, ou algum tipo de coragem interior, sempre fui mais do tipo de pessoa que acredita somente no destino e vive cada dia sem pensar em mais nada. Sempre me encorajei sozinha, e cada um recebia de mim somente o que eu poderia dar. Mas agora sinto que mudei, mudei e não foi só por mim, tu também tens culpa. Mudei para melhor, espero. A vida passou a ser um brilho nos meus olhos, penso nela tal como penso em ti, nela tenho-te por inteiro incorporado. Fiz dela a tua casa, moldei-a à tua medida para que conseguisses moldar-te também. Parece-me perfeito demais, quando de facto não existe nada que seja perfeito. Considera-nos uma excepção meu amor. Eu mentalizei-me do mesmo, apesar de a minha mente ainda estar frágil do passado, tu e a tua maneira de ser conseguiram ajudar-me. Chego então à conclusão que a perfeição só existe dentro de nós, se houver momentos e carácter para isso, se houver sobretudo amor. E as estrelas que todas as noites me guiam do lado de fora da minha janela - aquelas que me observam e me fecham os olhos à medida que o vento passa – são as mesmas que tu um dia me pediste para tomar conta, são as nossas.

segunda-feira

Eu, tu e as estrelas.

“- Conheces aquele ponto?”
“- Melhor do que a mim própria. E tu?"
“- Conheço-o tão bem como te conheço a ti.”

sexta-feira

Obrigada por seres como és


“- O que se passa contigo? Tenho notado que estás feliz, mas ao mesmo tempo de pé atrás.”
“- Posso fazer-te uma pergunta?”
“- Sabes que sim.”
“- Já alguma vez abraçaste alguém e sentiste que aquele abraço não foi da maneira que querias, que não foi apertado, nem recheado de amor?”
“- Acho que isso já aconteceu a (quase) todas as pessoas. Mas sentiste isso?”
“- Senti. E senti-me estranha depois de o largar. Senti que ele não está seguro. Dai o nosso abraço não ter sido seguro.”
“- Já tentaste contar-lhe isso?”
“- Eu não quero voltar a perder alguém de quem gosto muito.”
“- Se ele te deixar por isso, é porque esse abraço disse tudo.”

Ainda me feres


Ainda me sinto com palavras que deviam significar pouco para mim, que simplesmente me deviam passar inteiramente ao lado, e em vez de me levarem abaixo me trouxessem cada vez mais para cima. Sinto-me com as tuas palavras, com aquelas que tu pensas que não ferem. Até as mais pequenas conseguem ferir muito mais. Dentro do meu coração tenho-as coleccionado a todas, guardo-as lá para me lembrar um dia. Não é que seja algo que eu queira manter comigo, não se trata de memórias, trata-se de más recordações. E estas acho que para além de tudo, fazem-nos “crescer” interiormente, são elas que muitas vezes me gritam “- Tu mereces” e outras dizem simplesmente ao meu ouvido “- Não sei o porquê.”. Infelizmente eu fico sem saber para que lado me virar, fico sem pisos altos onde possa subir, restam-se sempre os mais baixos, aqueles onde tu sempre me prometeste que eu não iria ficar. Mas atenção, com isto não estou a querer dizer que deixei de ser feliz contigo. Apenas utilizo a escrita para me exprimir. Para exprimir maior parte das vezes, as angustias, e aquilo que os teus ouvidos nunca irão querer ouvir. Porque fere, fere muito. Por isso prefiro escrever e se algum dia chegares a ler, irás perceber o quanto ainda te amo, e o quanto ainda tenho para te dar. Embora todas estas vezes que me sinto com as tuas palavras mais desagradáveis, eu continuo a dizer com todas as certezas que ao teu lado sinto-me uma mulher. Espero que ao meu te consigas sentir um homem. Acredito que também sofras do mesmo mal que eu, que também ouças muitas e mantenhas o silêncio para não me magoar. Eu sei que sim. Mas meu amor, eu morro de medo da tua ausência, e é por isso que também ajo como tu, permaneço calada. Penso para mim, e fico no meu quanto. Umas vezes acaba por passar, outras vai magoando cada dia mais. Desculpa. E olha: pede ao mundo que nos segure sempre assim, juntos.

quarta-feira

Nunca me tinha custado tanto


"Porque é que estás a chorar?"
"Não consigo explicar."
"Mas eu preciso de te ouvir, diz-me. Parte-me o coração ver-te assim."
"Não te vás embora. Dorme aqui comigo, fica mais uma noite."
"Não posso, eu juro-te que queria muito e por mim eu ficava."
"Por favor!"
"Olha, és a mulher da minha vida, a mãe dos meus filhos, eu não te vou deixar."
"Não te vás embora."
"Abraça-me com muita força."

sexta-feira

Muitas das vezes consegues dizer-me coisas acertadas


"- Eu não acho que seja o melhor caminho para ti. Tu és boa pessoa, mereces mais do que ter atitudes baixas só porque ela "pede". Tens valores de fasquia alta, tocas o céu com a tua simplicidade. Não mudes a pessoa que és só por causa dela, acredita. Não é preciso te vingares. A vida encarrega-se de lhe dar uma lição."

"- Sinto que estou a perder todas as pessoas que mais valor dei. Tenho medo de me desiludir com outras, novamente. Parece que são mais as más do que as boas pessoas."

"- O problema não é teu, é das outras pessoas. Eu conheco-te e sei que fazes tudo pelos que te dão o coração. Não há razões para te culpares."

Como eu gosto de ti


Prometo que vou sorrir quando o mundo me cair em cima, e tu estiveres ao meu lado para me ajudar.

quarta-feira

Agora os meus olhos conseguem ler os teus, quando te aproximas e mesmo quanto te afastas. Não preciso de informadores ou de pesquisas para saber o que tens ai dentro, para mim estás mais transparente do que nunca. Sei-te de cor, tal como os meus olhos sabem.

Cartas perdidas


Estava ali, contigo, com o meu coração nas mãos, com medo, com falta de qualquer coisa, sem argumentos, com muita vontade de te dizer algo bonito e sentido, algo que te fizesse parar no tempo e te ajudasse a ser ainda mais feliz. Como quando te escrevo, ou quanto te dou aqueles beijos vindos do nada mas que sabem a pouco. Talvez eu saiba mesmo como te fazer sorrir, mas nem sempre consigo mete-lo em prática. Gostava de te dizer mais vezes o quanto te amo, e todas as vezes que me passa pela cabeça levar-te daqui. Gostava de te dizer tudo. Talvez falta de coragem, ou medo, não sei. Mas às vezes penso bem no assunto e sinto-me mal comigo própria. Parece que tenho muros na garganta, que não me deixam trepar, atrapalhando-me sempre a maneira como te falo. Quero que saibas que já fiz um esforço para mudar isso, fiz um esforço porque quero amar-te da maneira que mereces, da maneira que eu tanto quero. E continuava ali, deitada ao teu lado. De sorriso no rosto e com uma grande vontade de te abraçar. Mas havia qualquer coisa que se tornava mais forte e a vontade tornava-se em medo. Medo de o fazer, medo da tua reacção, medo talvez de ti. Não por pensar que me irias tratar mal, mas sim por pensar demais, e questionando-me sempre se querias receber aquele abraço. Recuei, tentava não pensar na vontade devastadora que me fazia mergulhar sobre o teu sorriso. Parecendo-me inevitável conter, fiz um esforço e falei-te do tempo, falei-te de como estava bonito, querendo eu dizer que estava tão bonito quanto tu. Querendo sempre elogiar-te, transcrevendo a verdade. Tu, sempre muito directo e verdadeiro, dizias-me que nunca esperaste ter uma mulher tão diferente como eu, nunca pensaste que na tua vida fosse entrar alguém assim, alguém que tu dizes amar mais do que a ti próprio. Estou cá para confirmar isso, confirmo e volto a confirmar que me dás todo o amor que tens, e que carinho nunca me faltou. Calavas-me, como sempre. Com todas essas palavras. Brincavas com os meus cabelos e dizias-me ao ouvido o nome tão bonito que me chamas e eu adoro “fofinha”, de uma maneira doce e formal. Nunca conheci ninguém assim, sabias? Sinto que tenho um tesouro entre mãos e que não o posso nem quero perder. Continuávamos a olhar-nos fixamente, sem desviar o olhar, até que uma lágrima cai sobre a minha cara, e tu me dás a mão com muita força, e dizes:

“Não gosto de te ver chorar. Aperta-me a mão e deixa essas lágrimas irem embora.”
“Tenho medo que tu vás com elas.”
“Porque é que isso iria acontecer?”
“Não sei. Contínuo com medo.”
“Sabes que o medo faz mal às pessoas que abrem o coração para amar. Não sabes?”
“Sei. Mas eu não tinha nada, agora de repente acabei por ganhar tudo.”
“Referes-te ao quê?”
“A ti.”

Pretextos


Não são saudades, são pretextos.
Enquanto fui feliz contigo, pensei mais do que uma vez em deixar-te, em sair do caminho que tínhamos tomado a dois. Pensei inúmeras vezes em esconder o meu coração, para que ele não me pudesse falar sobre ti, em momentos em que eu só queria esquecer(-te). Fiz isto e aquilo para te provar que afinal cada vez que me usavas, eu conseguiria ser melhor do que tu. Ainda hoje estou para descobrir se consegui transmitir-te a mensagem. Penso que nunca te cheguei a perguntar, mas provavelmente se o fizesse a tua resposta iria ser um sim, cheio de ironia e de desprezo. Hoje chego à conclusão que antes de eu pensar em deixar-te já tu me tinhas largado a mão. Mas mantinhas-te por perto, vigiando todos os meus passos, vendo a maneira como agia e sobrevivia. Eu ia sobrevivendo, tu sabes que foram poucas as vezes em que vivia. Cada vez que me desviavas do teu percurso eu acabava sempre por sentir o peito a arder, as minhas mãos ficavam frias e a minha cabeça andava à roda, perdida, sem ti. Como sempre ouvi dizer “só quando perdemos é que damos valor”, e connosco sempre funcionou assim, ou apenas comigo, porque eu já não me sei referir a ti. Todas essas alturas, em que eu sentia a tua ausência, em que eu sentia o teu cheiro a km’s de distância mesmo que fingisse não me incomodar, era mais forte do que a minha própria voz. Dizia-te sempre que um dia era eu quem te virava as costas e partia. Tu sabias como me fazer voltar, eu sei. Talvez fosse “conversa” tudo o que te dizia para te parecer mais forte, mas acredita que eu queria mostrar-te quem sou, queria ter-te feito ver que as pessoas não se usam e se deitam fora. Foi isso que fizeste comigo, não foi? Eu cansei-me tanto desse tempo, cansei-me e tu cansaste-te das minhas palavras. Era cansaço atrás de cansaço, e nenhum dos dois suportou viver nestas condições. Tu porque querias manter a tua postura de rapaz bonito e o homem da relação, e eu porque procurava a minha paz interior. Ambos sabíamos que a decisão mais fácil e ao mesmo tempo dolorosa (para mim) era seguirmos rumos diferentes. Sabendo eu que nem um nem outro iriamos conseguir não quebrar essa promessa. Mais tarde ou mais cedo o meu nome aparecia no teu telemóvel, ou o teu no meu. Sempre foi assim. Até ao dia em que fui eu que me impus, fui eu quem te quis longe, fui eu que me cansei da pessoa rude que eras. Da pessoa trágica, da pessoa despreocupada com tudo que acabaste por desvendar ter dentro de ti. Essa que eu desconhecia, até ao momento. Desfiz-me em lágrimas, arrumei o meu coração, e deixei-te ir. Mas de vez. Mais tarde vi-me sem ti, sem a palavra nós, e quando tu não dizias nada, eu procurava saber de ti, pedia-te ajuda em Inglês, como tu sabes eu sempre fui zero nessa área. E foste tu sempre quem me ajudou. Não eram saudades, jamais terei saudades de tempos que foram mal aproveitados, mas eram sim pretextos para saber se estavas bem, porque tu conheces-me, sabes como preocupava contigo.

terça-feira


Tive a sensação que por longos minutos um beijo teu me transformou numa verdadeira princesa.

Não conseguia descançar de noite


Tive medo do escuro todas as noites em que não estavas. Olhava para o céu e parecia-me negro, nem uma estrela encontrara, segundos depois deixava de olhar fixando-me no chão do meu quarto, onde tu já antes pisaste e me fizeste festas sobre a cabeça, eu deitada no teu colo e tu sentado na minha cama. Onde nunca te dei hipóteses de dormires. Embora fosses o meu primeiro amor, aquele que todas as raparigas sonham ter, o primeiro amor, o primeiro conhecido dos pais, e o primeiro a quem entreguei o meu coração… a pessoa que me distribuía beijos todos os dias, mesmo que em 5 minutos. Que muitas das vezes era o tempo que disponibilizavas para mim. Encontrava-me à beira de um ataque de arrepios, de um ataque chocante e deveras assustador, algo que já à algum tempo não me acontecera. Tive medo, mesmo assim levantei a cabeça olhei para o lado e observei os rastos que ainda cá estavam, os mesmos que um dia me fizeram tão feliz quanto o meu sorriso de orelha a orelha. Parei de pensar em mim e centrei-me em ti, centrei-me no tempo que perdi contigo, e nas horas que gastei à tua procura.  Horas essas que deviam ter sido bem aproveitadas, mas fechei os olhos mais uma vez no meio de tantas anteriores e preocupei-me contigo, quis saber se estavas bem. O teu estado físico tal como psicológico sempre me preocupou, sempre foi do meu interesse, sobretudo quando havia uma relação entre nós. Eu sei que para ti isso era mais do que relativo, e que todas as mensagens que recebias minhas, pouco ou nada eram importantes. Eu sei de tudo isso, acredita. Mas acredita também que se no amor eu pudesse mudar as coisas eu mudaria, eu nunca me teria apaixonado por ti, não digo que estou arrependida, apenas me senti um pano velho, senti-me humilhada e sem auto-estima. Tudo causado por ti, pelas tuas palavras ofensivas e pelo rumo que tu próprio querias tomar à minha vida. Se eu pudesse teria aberto os olhos logo no principio, ter-te-ia dado apenas a primeira oportunidade de me fazer feliz, e a segunda nunca teria existido. Mas o amor é assim, nele nós somos apenas alvos, somos estradas feitas por ele, caminhos, uns com outros sem sentido. E parece-me que o nosso fez parte dos sem. Parece-me que em vez de me ouvires a dizer que te amo, manipulavas o meu coração a amar-te para sempre. Desculpa. Desculpa, mas isso não foi possível, felizmente consegui desfazer-me de todos os cheiros, de todas as lutas, de todas as manipulações, de todos os furos, de tudo o que tivesse a ver contigo, e regressei à minha base. Regressei a casa. À casa de onde nunca deveria ter saído. Agora é aqui que me sinto realizada, é aqui onde o meu coração voltou a morar. Sinto-me outra, e com muito amor para dar, aquele que um dia tentaste roubar para ti. Tentaste fingir que o merecias. Agora é o que segura um grande homem. Aquele que merece, aquele que estima, e aquele que aprecia o que eu sou, tanto por dentro como por fora. O medo que eu tinha do escuro terminou, já não preciso de deixar a porta do meu quarto aberta quando estou sozinha para sentir a presença de uma luz por mais pequena que seja, nem preciso de tapar a cabeça para não me deixar apanhar. E o céu, esse brilha, é composto por estrelas, pontos que me ligam a km’s de distância a alguém que me protege e que me conhece de uma maneira saudável.

Meu lindo coração


Hoje soube que o meu coração ainda aperta cada vez que os problemas surgem. Sentiu-o fraco e sem destino para seguir, mesmo sabendo que ele consegue bater por ti 24h por dia, de uma maneira bastante subjectiva e real, não em sonhos, mas real.  Chama por ti cada vez que não te encontras, ou quando o barco da minha vida se afunda. O pilar és tu. Tens sido até muito mais do que isso. E sim, o meu coração não é perfeito, tal como o teu, tal como o deles, há falhas grandes, algumas imperdoáveis, mas que doem mais do que a dor de uma ferida aberta num acidente do dia-a-dia. Mas para além disso, dessa dor profunda, ele ama-te. Ele cuida de ti mesmo que não o sintas, mesmo que não o vejas, ele está contigo. Já pensaste que ele é tão teu, quanto eu? Que ele se entregou ao teu, procurando conforto e estabilidade de uma vida a dois? Eu já pensei e penso muito nisso. Questiono-me a mim mesma acerca disso. É ele que me motiva perante este mundo de hipocrisia a estabelecer sempre do teu lado, mesmo que queiras fugir. É ele que faz da tua fuga um (re)encontro de corações. E é ele que me mostra que este é um mundo onde nem eu nem tu queríamos estar. É pequeno e absorve sentimentos, como quem leva sorrisos pelo ar. Somos verdadeiros demais para continuarmos aqui. Estando ao teu lado tenho mais certezas disso. Chego até a pensar que o nosso amor não merece um habitat tão pouco acarinhado quanto este em que somos obrigados a viver. E acredita que se eu pudesse levar-te-ia daqui, para um sitio diferente, onde os pássaros cantam e as estrelas são luzes que nos conseguem guiar de noite e de dia. Onde o amor é uma língua universal e falada em pontos extremos de uma maneira bastante fogosa. Continuo a pensar neste sitio como “o nosso” daqui a uns anos – embora não se deva planear o futuro, mas contigo dá-me para imaginar, sentido tudo isto na pele -. Teria todo o privilegio de viver contigo lá. Quando me casar contigo irei abrir os olhos durante a noite e mesmo que te encontres a dormir eu dir-te-ei que o impossível tornou-se possível a partir do momento em que te tornaste meu.