terça-feira

Miragens



Passos entre passos, forças interiores que se desgastam em mim, e todas as flores lá fora não são mais do que imaginações de um caminho seguro. Por mais que eu queira é assim… o meu destino traçou-se de uma maneira tão cómoda que se esqueceu que eu também sei andar. Também sei deixá-lo para trás e seguir todas as pisadas de alguém. Este meu coração pode ser pequeno, mas nele tenho até traições de um tempo amarguroso. Nele eu sei que o meu destino não tem sequer direito a respostas, ele foge para que viva sozinho, ao seu ritmo e sem recorrer a pedidos de socorro. Sinto que cá dentro as minhas células ainda vivem, e o meu cérebro ainda se inspira em ti para escrever. Mesmo agora nesta janela, eu olho e descubro mais uma vez que lá fora não me conseguem mentir, tenho um sentido crítico apurado e com auto-estima acima do que pensam de mim. Mas mesmo olhando pela janela, por este duplo vidro que não me deixa sentir o toque suave da tua pele macia, consigo ver-te à minha espera, à espera que o carro pare, e que eu te abrace tão docemente como naquele dia em que o meu coração tremia nervoso por te ter – acreditando sempre que o meu futuro poderia ser entre os teus fortes braços -.

quarta-feira

10 flores, 10 meses...


Neste mesmo dia, calorosamente penso em ti… Num dia tão especial, nestes 10 meses celebrados hoje, recordo-me de à 10 meses atrás, de à 10 flores tão corridas como as nossas. E hoje é assim, que me dá para alimentar recordações delicadas e invejadas como as que nós construímos. Recordações que o tempo não consegue apagar, e em todas elas eu me vejo como uma menina apaixonada, com o coração derretido e os olhos tremidos de amor. Era e é assim que tu me deixas sempre que me envolves no teu peito, sempre que me deixas recordações destas… em que as lágrimas me fazem soluçar e me apertam o gosto que tenho em te abraçar. Abraços profundos e quentes. Sabe-me tão bem estar aqui, deitada e a disfrutar de ti, de nós, por fotografias, por bilhetes escritos, por cartas, algumas que ficaram a meio, mas que eu sei qual a sua continuação… e agora que ficamos juntos, que decidimos não acreditar no para sempre mas acreditar no destino, conseguimos segurar as mãos e agora unidas, pedimos muito mentalmente, que os nossos corações não se desunem por nada.

E se formos mesmo como pássaros loucos sem destino? Continuas do meu lado?

Sem pensar mais


Nesta hora, neste momento, eu quero dar-te a minha mão e sentir a tua. Quero mostrar-te o que alguém um dia me ensinou, e levar-te a conhecer sítios que provavelmente nunca pensarás conhecer… mesmo que tu me negues. De toda a minha aflição sinto que nada se compara à tua de me perder, sentes-te sozinho e vagueias pela noite fria, onde nem tu nem eu conseguimos existir. Somos fracos de mais para agarrarmos uma noite gelada, um temporal inesperado, ou até um susto de morte. Somos o que não éramos antes. Não sei se te recordas mas eu eras tu e tu eras eu, desde o princípio que o vento que nos une é diferente daquele que algum dia nos poderá separar. Ainda pondero esta palavra desta forma “poderá”, talvez porque dentro de mim há algo que me inspira, há algo que ainda me trave a fala cada vez que tento convencer-me que estamos acabados. Há um suspiro baixinho que me traduz o que o teu coração não é capaz de me traduzir, o que tu nunca serás capaz de me mostrar por ti. Essa palavra não é de todo uma possibilidade para que fiques do meu lado para sempre sem o quereres, é apenas uma subjectividade de algo que poderá ser realizado com o tempo ou não. E se essa palavra passar de “poderá” a “vai” acredita que não serei capaz de voar mais, não serei capaz de te  ver partir, porque afinal de contas na minha mente tu ainda és como se fosses eu própria.

terça-feira

Resposta

Cookie uma das minhas inseguranças é em mim mesma, sou muito insegura da pessoa que sou, insegura se vou ser capaz de fazer a pessoa que está comigo feliz, se vou ser capaz de acabar de tirar a minha carta... sou uma pessoa muito insegura de mim, e isso torna-se complicado de lidar, porque nunca sei o que me espera, se vou ser ou não capaz de cumprir a minha palavra em tantos casos.

Resposta

Catarina Abrantes propos-me o numero 19 do Desafio.

É um pouco complicado responder-te a essa pergunta, porque nem eu sei quantas vezes me arrependo por coisas que queria ter feito e não fiz, mas sem dúvida que a que mais me marcou foi ter tido uma nova oportunidade de continuar no meu real desporto e não ter capacidade para tal, visto que me deixei de preocupar com o que valia para mim. E por vezes acabamos sempre por querer muito, mas fugir, só porque pensamos que estamos a agir correctamente. E sinceramente praticar ginástica é sem dúvida algo que me arrependo de ter deixado para trás ao fim de 12 anos de prática.

Desafio

E o desafio consiste no seguinte: vocês comentam com o número correspondente ao que querem saber e eu farei um posto com a resposta. A lista das questões é:


1- A história do meu primeiro beijo;
2- Uma das minhas obsessões;
3- O que estava a acontecer há precisamente um ano;
4- Uma das minhas inseguranças;
5- A profissão que queria seguir quando era pequenina;
6- A pior parte deste dia;
7- Uma coisa que gostasse de mudar em mim;
8- Um objecto que tenha valor sentimental para mim;
9- A disciplina em que me safava melhor no secundário;
10- Os meus hobbies;
11- Os meus maus hábitos;
12- Três coisas que me tiram do sério no sexo masculino;

13- Um sítio onde gostava de estar agora;
14- A pessoa que gostava de ter de volta na minha vida;
15- O que me faz feliz;
16- O que me tira do sério;
17- Três lemas de vida;
18- A história do meu primeiro amor;
19- Uma coisa que me arrependa de não ter feito;
20- Uma pergunta à vossa escolha.

Best Summer


Foram dias e dias sem palavras que possam descrever algum dos sentimentos que senti por te ter ali, do meu lado. Foram dias que eu não lhes via o fim, porque por mim teriam sido inesgotáveis.

sábado

Inevitavel



Tenho vivido de sonhos, onde jamais serei uma princesa e onde jamais encontrarei um principe. Afinal nem tudo pode ser perfeito.
Esqueço-me que alguma vez me interiorizei numa alma penada, e fiz voar o meu corpo. Esqueço-me que alguma vez esperei tanto por alguém, e que esse alguém nunca esperaria nem sequer uma hora por mim.

quarta-feira

Cartas que o tempo não lê

10 de Janeiro de 1986
Dentro de instantes estarei à janela a ver-te passar, aproveitei estes minutos que me restam para expor(-te) o meu coração. Mesmo temendo as tempestades que por aí vem entre nós. De uma maneira tão rígida e inconstante eu temo-as e vejo-as vir, por detrás de uma cortina preta que nos separa, agora. É tão extensa a forma como te consigo ditar letra por letra as forças desgastadas que me ferem o peito, me alastram o sangue pela casa cada vez que passo e te tenho dentro de mim. Tu nunca percebeste que o meu grande mal é amar-te de uma forma imprevisível e necessária para um bom dia, nunca percebeste que de todas as formas de viver eu irei sempre escolher a que tu me poderás dar… e daí o meu medo do vento.
Porque tu sempre foste alguém superior a ele, sempre o derrubaste e com ele levavas os meus olhos cheios de dor. Cheguei a perguntar-me, que tipo de pessoa eras… se o jovem elegante e amoroso que conheci, se um rapaz que no lugar do coração tem uma pedra dura. É óbvio que nunca existiu uma resposta concreta, mas não a esperava, ali no momento, porque afinal ninguém te conhece. Talvez eu, te consiga desvendar o olhar e a forma como consegues tocar-me. Mas nada mais do que isso. O amor que sinto por ti não se assemelha a alguém que numa palavra nos consiga ler a vida inteira, o meu amor por ti é mais do que isso, é mais do que adivinhar os mistérios que possuis dentro de ti… esses são algo que talvez não me agradem. Cá em casa eu sou alguém indiscreto, sou alguém que morre de amores por ti, enquanto que tu não me ajudas a ser alguém ainda mais feliz, ou me ajudas a ultrapassar estes temporais que por nós passam e vão passar… tenho medo, e estou sozinha. Aqui, eu não te encontro, só enconsto o meu leve rosto às tuas fotografias, às lembranças de momentos bem passados e invejáveis. Tenho uma certa dúvida se só à minha porta batem este tipo de sentimentos, talvez já tenham batido à tua, mas tu recusaste-os, porque sempre tiveste essa tua personalidade forte de ser sempre melhor do que aquilo que idealizavam de ti. Mas eu no fundo, sei que todo esse muro que te esconde, um dia caí sobre toda a vida que agora estás a construir, mas sem mim. Agora vou até à janela, como todas as noites gélidas e inocentes.

  Um beijo