Não falo de ti de uma maneira qualquer, não falo de ti de boca cheia, não falo de ti porque alguém também o faz. Falo de ti porque és alguém que se tornou diferente, falo de ti por seres esse ser tão arrasador e que me consegue descongelar a mente quando ela está pesada. Tu, tu tens sido não só um ombro amigo mas também uma linha que delimita todos os obstáculos na minha vida, uma linha continua e relevante. Nessa linha eu dei dois nós, o meu e o teu, juntos, presumo que conseguem fazer um só. Tenho quase a certezas que neles estão os nossos corações. Esses que já sofreram tanto, e receberam por vezes tão pouco. Nisso somos inteiramente parecidas. Será que se pode chamar dependência, a esta vontade tão grande de esmagar o silêncio que às vezes nos consome por dentro, e mesmo assim não ganhar forças? A nossa ligação é dependência? Sempre a senti nos primeiros tempos como se fosse a liberdade que tocamos, a liberdade que nos faz ir mais alto. Não sei para onde foi, se está escondida ou se esgotou. Mas provavelmente, extinguiu-se à medida que nós ganhámos novas formas. É muito provável que essa ligação não esteja tão pormenorizada, mas que nos guarde dentro dela. Eu acredito nela, tal como acredito em nós. Chamo amizade, aquilo que um dia aclarei do teu lado, aquilo que pintei no céu com a tua ajuda. E defino-a tão bem por conseguirmos fazer dela um bem-estar garantido. Tenho sempre medo de um dia deixar de lhe tocar e deixar de ser preenchida. Tu não? Admito que sejamos um todo completo. E neste momento passam na minha cabeça as imagens em que eu e tu entramos, como actrizes de cinema, sem tirar nem por. Lá estamos nós, de sorriso de orelha a orelha, olhando uma para a outra e sentindo algo em conjunto, algo que nem o mundo nem a população consegue desvendar, porque nós, somos isto. Somos cabelos ao vento sem dias de tempestade, somos caminhos perfeitos mas imperfeitos, somos o tudo e o nada. E tu és as lembranças de um sorriso que eu jamais me esqueço, és a força interior que me consegue dominar. Obrigada por seres assim, tu.
Catarina Abrantes
Catarina Abrantes
fantástico!
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