Com todas as luzes pelo decorrer da casa apagadas, eu sinto-me mais preenchida, ultimamente tem sido assim, tem sido assim que me consigo sentir bem… Apaga-las e disfrutar de tudo sem ver nada. Às vezes sabe melhor assim amor, às vezes mais vale não vermos o silêncio e escutá-lo só, como eu faço connosco. Como eu faço com tudo o que tu me fazes lembrar. Não te esqueças que estás ao meu lado, mas a tua alma voa sobre esse mundo fora. Sempre foste uma parecença a um pássaro livre e belo. Idealizo-te assim, mesmo que não gostes. As tuas asas batem forte contra a janela do meu quarto, todas as noites, cada vez que não dormes do meu lado e não me sentes a respirar à medida que me vais soletrando letra a letra o quanto ainda temos para viajar, juntos. Mas amor, és um pássaro diferente, descansa. Eu jamais iria dar largas à minha imaginação, e imaginar-te igual a outro. Porque em todas as tuas características tu te destacas, até na maneira como contas as estrelas. E eu gosto, oh como eu gosto de te ver voar sobre as divisões da minha casa, e sentir que consegues sorrir-me. Todos os teus destinos são vendas para os meus olhos, não os quero perceber, nem desvendá-los. Dá-me mais amor assim, e só tu consegues fazer-me sentir assim… só tu consegues estar longe e saber as palavras que eu não preciso de te dizer.
terça-feira
sábado
que tu sintas sempre aquilo que eu sinto
Ainda não estou mentalmente preparada para te dar as boas tardes desta maneira tão simples meu amor. Estranho esta casa tão vazia, e tão fraca de ti, afinal eras tu que lhe alegravas os dias… ao mesmo tempo que me acariciavas o pescoço. Eu não me esqueço dessas pequenas coisas tão boas, desses pedaços de tudo virado nada. Como quem diz que sem amor nada se vence, nada se conquista. Mas eu não penso assim, porque eu conquisto-me a mim própria, não com o teu amor, mas com outra espécie de amor, o meu amor-próprio. A saudável maneira de ser mulher e com uma pitada de emoções à mistura. Confesso-te aqui só para nós, que já não sei escrever-te, e daí provem o tempo que as minhas palavras não chamam por ti nem por um minuto. Elas afastam-te constantemente e acabam por me afastar também a mim, de ti. Passo a ser eu, e só eu. Como tu antes não querias, não desejavas que assim fosse muito menos que eu me separasse de ti. Mas amor, o tudo também tem um fim. E o fim passa por isto, passa por estas amargas e acidas palavras ao mesmo tempo, esta verdade cruel e uma fechadura trocada. A fechadura que o nosso coração não quisera trocar nunca. Mas quando se chega ao fim, é obrigado a faze-lo – mesmo que à força – à medida que treme. Não sei se de medo ou se nervosismo, por quem viera a seguir ocupar cada lugar que era nosso. O que eu duvido que alguém mesmo na sua perfeita lucidez o saiba fazer tão bem quanto o nosso requinte. Duvido que haja alguém como nós. Alguém que não só sabe amar o outro, mas que também sabe dar de si um próximo sorriso apaixonado.
tantos suspiros e tantas desvantagens
Tantos são os medos pelos quais morro por te amar tanto, tantos são os saltos que uso para que sintas que estou cada vez mais e melhor, tantas são as palavras que soletro ao ritmo do teu coração… tantas são as visitas guiadas à janela do meu quarto. Mas são tantas ainda as vezes que conto o teu cabelo a ir-se com o Verão, e a tua recordação a vir com o Inverno.
quarta-feira
um pássaro sem destino.
Se tu arriscares, não te peço mais do que aquilo que mais quero de ti. Não esqueço, nem te deixo voltar para trás. Descansa e deixa agora as tuas asas relaxarem. És um pássaro que sobre todas as manhãs deste tempo inconstante me canta ao ouvido, canções de amor. Deixa-te estar. Aqui eu sei como cuidar de ti, sei como te cantar e encantar. Não tentes sequer perceber-me, porque nesse mesmo momento irias deixar de te perceber a ti.
tempos inesperados
Só tenho medo que o tempo não voe na direcção em que eu espero, só tenho medo que nele nada seja nosso.
segunda-feira
Brother
Um beijo
sábado
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