Brother

Como podemos nós dizer que a nossa vida é cruel, quando os nossos problemas são resumidos a zero? Como podemos ser almas penadas, quando ainda temos um tecto? Custa-me a acreditar que já o disse, já o pensei, e já me quis desfazer em bocados para que a minha dor fosse singular, quando nem metade dos meus problemas o eram realmente, resumiam-se somente a estradas mal guiadas, agora sim, agora têm o dobro do tamanho, e são mais viscosos do que nunca... com muita pena minha, com o coração adormecido e cansado das tuas promessas sempre falhadas. Não tentes agora tapar-me os olhos, tapar-me a única maneira que tenho para te ver ainda vivo, não tentes... eu sou alguém que tu neste momento desconheces, mudei de nome e sou uma prioridade minha, quando antes era dos dois, recordas-te? Como o tempo voa, e como deixamos de ter paciência para lidar com a nossa cabeça. Essa que nos dá possibilidades para chegarmos mais longe. Mas ouve, eu ainda tinha esperanças que tu retomasses rumo, que tu te enfiasses por esses caminhos fora e fosses à procura da tua fortuna, do teu pensar, da tua lição. E não me subestimes porque não estás em posição alguma de o fazer. Lembra-te antes que eu não tenho medo por mim, eu tenho medo por ti.


Um beijo