quarta-feira

a minha casa é a tua casa


Ontem depois de teres ido embora, fiquei no silêncio do meu quarto, na cama que nos acolheu durante a noite e do espaço que o envolve, onde me conseguiste marcar de uma maneira difícil de explicar. Deixei-me estar, deitada com a minha grande camisola que tu dizes ficar-me grande mas que me assenta muito bem, fiquei ali até a minha mãe me chamar para jantar, parecia que estava vidrada em ti mesmo sem estares à minha frente – o que muitas vezes me acontece -. Pensava então em toda a nossa noite, em como começou e acabou… Lembrava-me de todos os beijos doces que me destes e em como me tocavas ligeiramente mas de uma forma calorosa e estável. Posso dizer-te que foi a melhor noite que tivemos. Sentir-te da maneira que senti aqueceu-me o coração de todas as maneiras, fez-me também acreditar que não és um qualquer, que me irás preservar até à ultima. E enquanto te olhava, dizia-te o quanto te amava e tu retribuías, davas-me a mão e perguntaste-me vezes sem conta se estava bem, uma forma de preocupação. Fiz o mesmo contigo, envolvendo-te nos meus braços e pedindo-te que casasses comigo, e a tua resposta era aquela que eu mais temia, não pela tua idade, mas sim por pensar que eras daqueles que sonhava com uma pessoa melhor. Mais uma vez surpreendeste-me, deixaste-me solta por dentro e com vontade de te agarrar com tudo o que sinto por ti, e fi-lo sem medos, deixando-te apenas tempo para respirares, mas à velocidade da minha respiração, não sei se sabes mas elas completam-se, tal como os nossos corações. Vagamente me lembro de ter pensado que te ia perder, porque naquele momento eras mais meu que outra coisa. E eu sempre tua. Ainda deitada em todo o aconchego da minha cama e ainda sentido a tua presença, deixei-me dormir, deixei que a nossa noite fosse cúmplice de mais um sono profundo mas com perspicácia. Estávamos ambos com uma directa, mas merecida. Já merecíamos algo assim. E mais especial não podia ser, dei-te tudo o que de mim tinha, deixei-te completamente à vontade para uma grande aproximação, no fundo até ali nós nunca tínhamos sentido o mais ínfimo um do outro. Estava ali a nossa grande oportunidade, e como qualquer pessoa o faria, nós não íamos desperdiçar. Contigo consegui ver as estrelas mesmo sem olhar para o céu, consegui voar mesmo sem ter asas para isso, deixei-te entregue a mim, e eu entreguei-me à pessoa que és. Ao mesmo tempo que todas estas imagens me passavam pela cabeça, e me faziam pedir-te mais noites assim, acordava, olhei para o telemóvel e lá estavas tu outra vez, como uma nova mensagem “amor já tenho saudades tuas”. Por mim alugava-te da tua família por uns bons meses.

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