quarta-feira


(...) Feriste-me por dentro, foste o meu bem e o meu mal ao mesmo tempo. E sempre que te tentava explicar o mesmo, tu esquecias-te de me dar uma palavra, ficavas-te pelo silêncio, ou até mesmo por provas de amor distorcidas de ciladas. Mas nesse tempo eu era a louca. Eu deixava-me encantar por ti. Todos os dias. Mas eu sabia que tu eras um louco também, com outras feições. Falavas-me ao ouvido “casa-te comigo”, e sugavas-me o peito por completo, a minha reacção era sustida por ti, por essas lindas frases que ao mesmo tempo me arrebatavam o coração. Segundos depois fingias não me conhecer. Eram todas essas coisas que me revoltavam por dentro, que me faziam fechar-me entre quatro paredes e de não sair mais. Mas hoje tenho saudades. Talvez não nossas, mas do sorriso que eu tinha quando estavas presente – quando me compreendias-. Eu sorria-te de mansinho para que soubesses e sentisses que eu estaria ali, lado a lado contigo. Mesmo das vezes em que te tornavas diferente comigo, e acabavas por me magoar em actos e verbalmente. Eu amei-te, amei-te do mais ínfimo pormenor de mim. Deixei-te rastos para a vida inteira, quero que saibas isso. Eu não esqueci o tempo, tento esquecer a vontade. Tento que nada me atrapalhe agora, que também me encontro feliz. Embora um bocado de mim, tenha ido contigo, esse que eu nunca mais voltarei a saber dele. Perdi-o. Levaste-o contigo, levando também o “Adeus” antes de partires, antes de me ajudares a superar todos os nossos dilemas ao teu lado.
Não te fazia assim. Eras meigo e carinhoso comigo, tudo isto ao principio. Mas sempre me avisaram que de inicio tudo é um “mar de rosas”, as complicações viriam depois. Mas há que saber supera-las, e por mais que me doa dizer isto, nós não conseguimos, falhámos e deixámos que um amor tão forte como o que tínhamos acabasse. Eu enchi-me de coragem e deixei-te. Não tolerei mais frustrações tuas, fartei-me de ti. Não por não te amar, mas sim pela pessoa que te revelaste.
Alimentei esperanças dias depois da minha partida, mas de nada me valeu, tu não mudas-te e também nunca fizeste por isso. Juro-te que nunca mais sonhei connosco. (…)

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