Afogada em lágrimas, procurava-me. Procurava o sentido de viver e a força que me interiorizava. Subitamente o “eu” falava em voz cada vez mais baixa. A razão era algo desconhecida, apenas a sentia na pele. Perante a ajuda do meu próprio instinto – sem nome também – olhei para trás e ao mesmo tempo, como que em câmara lenta, observei na mentes tantos episódios pelos quais já tivera passado. Não queria reconhecer-me. Seria mau demais voltar a “encontrar-me” mesmo sem saber quem fui. A minha memória espalhou-se do resto do meu corpo. Eu era apenas uma alma penada que não queria amar o mundo. Conhecia somente esse meu lado. Era feita de medos, congelada e demasiado pálida. Esfriava sempre o meu coração, não dando hipóteses a terceiros de lhe tocarem. O meu rosto era uma figura desmarcado do presente. Continuava a contar gotas de água caídas dos meus olhos, sentada no chão e sem a mínima vontade de virar a página à minha vida.
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