segunda-feira

Já não consigo ler os teus olhos


“Se tu me deixas eu perco todo o sentido de viver, simplesmente deixo de existir.” Espero que te recordes que foram estas as tuas palavras durante toda a nossa noite. Conseguiste fazer-me chorar, fazer com que todas as lágrimas que eu deitasse conseguissem acabar comigo por dentro; eu sei que fui eu quem te quis deixar, sei o que te disse e como fui contigo. Mas sinceramente deixei de ter respostas para nós e cada vez vou perdendo o interesse de querer saber de ti. Se não tens noção disso, espero que comeces agora a tê-la porque eu não vou insistir mais. O tempo já não é como era, e eu não consigo esperar mais. Esperas tornam-se em eternidades, essas que já me congelaram dias a mais. Parei a minha vida e não dei lugar a novos momentos. Descansa, eu não te culpabilizo por isso, fui eu quem escolhi assim. Mas agora vou percebendo que mesmo ao amar-te não posso esperar mais vindo de ti, o muito que me dás tens que me reconfortar, senão o melhor caminho é deixar-te ir. E garanto-te que essa será sem dúvida a minha última opção. Se o fizesse eu própria perdia os sentidos. Transformava a minha vida num verdadeiro caos. És tu quem a comanda. De todo que não é isso que quero para mim. Embora saiba que assim vou sofrendo aos poucos e de uma maneira bastante silenciosa, onde só eu e o meu coração comunicamos. Acreditas que há vezes que nem ele me consegue ajudar? São tantas as dores que sinto nessas alturas. Mesmo que me recompenses com momentos felizes, como ultimamente. Mas na verdade é que há situações que continuam a magoar-me. Eu prometi a mim mesma que não me preocupava nem te dizia rigorosamente mais nada, mas acaba sempre por ser mais forte esta vontade que as palavras tendem em soltar-se. Posso afirmar-te que com todo este caminho que decidi percorrer contigo já à uns bons meses aprendi o significado de uma vírgula, uma paragem STOP ou uma espera. Os muros postos como capas, encobrem inúmeras visões, essas que só se encontram nebuladas por nossa culpa. Somos sempre nós que as criamos, somos sempre nós que as fazemos e acabamos sempre por magoar alguém. E tu estás a magoar-me. Só me consigo sentir totalmente bem nos teus braços, mas agora já nem consigo chamar por eles, sinto-me eu própria uma inútil por não te conseguir ajudar. Faz seguir o coração, ele comanda e em nós manda. Faz agir. A força e capacidade de vencer andam de mãos de dadas. Como nós. Não cruzes os braços porque se não fores tu a liderar e a orientar a tua vida, não prevejo quem seja. Eu muito mais não posso fazer, os teus ouvidos estão tapados à melodia de todas as minhas palavras. E assim termino, dizendo-te: perceber que não existe vontade de seguir, apagar o dia para vir à noite, sentir a fragilidade aos nossos pés e, tremer a vista com uma lágrima já prevista... É algo terminável. Pensa nisto.

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