Sempre sonhaste com o “nosso” futuro, sonhavas que nunca te ia deixar e que me ias dar a felicidade que achavas que merecia, deixaste-me solta de pensamentos em que eu pudesse vive-los, um sempre com mais intensidade que o outro. E tu sabes que foi sempre isso que eu tentei fazer, foi sempre aos teus braços onde ia parar cada vez que me deixavas fora de qualquer decisão ou de qualquer assunto. Embora eu soubesse que eras um mentiroso compulsivo, também sabia que o meu coração chamava por ti todos os dias, e eu parva, deixava-o falar mais alto que a minha própria mente. Soltava apenas simples palavras onde te provocava de uma maneira que não te mante-se longe, tu sabias que o pior que me podia acontecer era estares longe, sabias e aproveitavas-te de toda a minha fragilidade nesse ponto para mostrares que a força eras tu que a tinhas, não eu. Mostravas-me que eu estava enganada em cada pensamento que tinha, e que tu não eras nenhum dado adquirido. Agora penso, afinal quem sempre o foi, fui eu, sempre me tiveste na mão e conseguias jogar com tudo o que o meu coração e a minha alma sentiam por ti, mentias-me e desiludias-me mesmo sem eu saber. Estava cega. Nunca te soube dizer um não, talvez tenha sido mesmo esse o meu mal, mas eu simplesmente não te via assim, para mim foi dos piores desgostos que sofri. Para mim tu eras mais do que um namorado, eras um orgulho, orgulhava-me de te tratar como tratava e de te beijar de maneira a que o tempo fosse inesgotável, deixava-te sempre com um sorriso – talvez falso – na cara. Enquanto escrevo, enquanto misturo sentimentos e mágoas, lembro-me que todas as manhãs antes de ir para a escola, logo assim que acordava, era a ti a quem eu mandava a minha primeira mensagem do dia, era contigo que eu sentia necessidade de falar a todas as horas, lembro-me também de quando acordavas magoado ou chateado com alguma coisa e me dizias “não quero falar. Odeio-te” e no minuto a seguir, pedias-me desculpa e dizias que me amavas, sabia-me bem, porque vindo de ti eram expressões diferentes mas que na altura me fazia ver que gostavas de mim, talvez tanto quanto eu de ti. Agora são expressões que me relembram momentos em que eu de certeza não devia estar lucida, e sinceramente marcaste-me, mas foram mais as coisas más do que propriamente as boas.
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