terça-feira

Coisas diferentes


Perguntei-te se estavas a gostar (sim, porque estavas ao meu lado) mas não respondeste. Estúpido. Grito, e tu nada. Nem uma palavra, um som, ou um gesto ordinário. Nem ai, nem ui. Fico absorvida pelo que se passa no ecrã, e digo-te que é lindo. Mais uma vez finges que não me ouves - temos que fingir tanto, porquê!? - O fundo é preto, a música é estranha. Ela é bonita. Uma linha azul de luz atravessa o palco - tinha que ser azul -. E atravessa-me a mim, e a ti, eu sinto, tu não. O programa acaba, aplausos. Olho para o lado, ninguém. Não estás aqui. Nem sequer um vestigio, um sorriso por debaixo do tapete? Eu que fui ao tapete nada vi. Mas vou até encontrar, sou teimosa o que queres. Até ao fim, até ao impossível, até ao último arrepio de frio do próximo inverno, até à ultima gota de suor do próximo verão, até sempre. Até.

Esta sensação de vazio consome-me a cada minuto que passa, como se os limites da vida deixassem de existir e eu tenha que caminhar não sei bem por onde, sem referência de espécia alguma, porque a que tinha, tu, já não a tenho.

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