Olho agora para ti, vejo todas as situações que te envolvem, vejo toda a tua vida, toda a tua história. Todos os pontos bons e menos bons que já me divulgaste, olho-te de cima abaixo, encontro todos os afectos e desafectos que tiveste, todos os gostos e desgostos por que passaste e todas as montanhas que subiste para chegares onde estás agora – para seres o que és agora -. Vejo em ti cordas com e sem nó, deixo os meus olhos e encontro pedras no teu caminho, pedras essas que se atravessaram por motivos breves. Continuo o meu caminho, e tento que todas elas se quebrem, tento que todas saiam e te deixem livre. Te deixem ser a pessoa que és, e não um suplemento de imagem tapada por alguém que teima em não querer sair. Eu sei que não és assim, eu sei que és sensível e sentimental como toda a gente o é, nem que seja um bocado. E é por isso que tanto luto hoje por ti, pela tua estabilidade definida. O meu caminho não pára e encontro cada vez mais apertos, cada vez mais desgostos, cada vez mais falhas; confesso que nunca imaginei que o teu interior tivesse tanto por dizer, e que os teus olhos escondessem tanto o que vives. Mas não desisto, continuo aqui, continuo a persistir na ideia de te tirar desse buraco, desse poço sem fundo, onde tu não queres sair. Eu dou-te a mão. Mas agarra-a com força, com a força que tiveres agora, mesmo que pouca. A tua e a minha juntas, vencem o impossível. Só não consegue quem não quer, e eu tenho esperança de conseguir. Conseguir fazer-te brilhar lá em cima, para que um dia, me dê vontade de ir fumar o meu cigarro à janela, olhe o céu e te veja lá, lá no alto, a brilhar, como se me estivesses a sorrir e a dizer-me “é este o meu caminho. Encontrámo-lo”. Nós juntos.
Para ti, melhor amigo, algo que te faça sentir bem, algo que é verdadeiro. Rui Gerador Valente
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